A empresa inglesa, Oxford Economics, contratada para fazer uma consultoria sobre a viabilidade técnica do hub da TAM no Nordeste, deve visitar o Rio Grande do Norte ainda em julho para avaliar as condições do Estado. Apesar de ainda não ter uma data para a reunião, o governo aponta este como o próximo e importante passo nas negociações pelo investimento de R$ 4 bilhões que será aplicado a partir de 2016. Também concorrem Ceará e Pernambuco e a decisão da companhia deve ser anunciada em dezembro.
“O enfoque da visita técnica será no desenvolvimento econômico”, afirmou o secretário de Turismo do RN, Ruy Gaspar. Um grupo de trabalho já atua na organização das informações que devem ser apresentadas à empresa consultada. Durante a última reunião entre governo, prefeituras, a Inframérica (administradora do Aeroporto Internacional Aluísio Alves) e a própria TAM, ocorrida no início de julho, o RN apresentou 15 vantagens que o diferenciam em relação aos outros estados. São dados a respeito da economia, condições tributárias, infraestrutura e localização, por exemplo.
Através da chegada do hub, o Estado vislumbra a oportunidade de trazer mais turistas e desenvolver um setor que já engloba 52 atividades diferentes. O centro deve ter, em princípio, 13 voos internacionais ligando o Nordeste à Europa, além de 18 voos nacionais, num total de 30 aeronaves, por dia, no terminal. Não contam as das outras companhias que continuarão usando o terminal. Tudo isso deve baratear os preços dos pacotes e atrair visitantes. O Governo destacou, no relatório entregue à TAM, que o RN já conta com mais de 40 mil leitos, dos quais pelo menos 28 mil estão em hotéis de 3, 4 e 5 estrelas. Também foi destaque o movimento atual de 2,5 milhões de turistas ao ano e margem para atender a nova demanda.
“Estamos preparados para receber esses turistas que virão para cá. Nós temos uma grande rede hoteleira, a maior e melhor entre as três cidades. Também temos uma ocupação média de 50%. Ou seja, poderemos atender bem à demanda que vier. Mas é claro que precisamos de ajustes”, avaliou o secretário de Turismo, Ruy Gaspar. Ele ainda afirmou que já são previstos investimentos de grupos internacionais no estado. Em janeiro, por exemplo, o grupo português Vila Galé começa a construir um hotel no litoral norte. Já outras três redes, cujos nomes ainda não foram divulgados, estudam possibilidade de investimento nos arredores do aeroporto.
O governo também destacou que o destino potiguar é aprovado por 94% dos visitantes (baseado em pesquisa do último mês de março) e segundo dados da própria TAM Viagens, Natal seria o destino nacional mais procurado pelos brasileiros e o segundo, quando somados os destinos internacionais, atrás apenas da Flórida (EUA). O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/RN), José Odécio, afirmou que os hotéis tiveram incremento de 12,5% de ocupação no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado e que todo o trade está otimista com o momento.
Ele lembrou que, mesmo antes do hub, a redução do ICMS cobrado sobre o querosene da aviação – medida adotada pelo governador no início do ano – já atraiu novos voos internacionais e oportunidades para o RN. “Ainda é preciso fazer o dever de casa. Divulgar mais nosso destino”, avaliou.
Índices
Aliado às informações do turismo, o governo apresentou o avanço dos índices socioeconômicos, cuja população tem mais tempo de estudo, renda per capita acima da média regional, além de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e expectativa de vida maiores que os outros. O analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ivanilton Passos, considerou que o RN teve um grande avanço dos índices a partir do que fora constatado nos censos de 1991, 2000 e 2010. Para ele, caso o hub venha para o estado, os avanços serão ainda maiores. “A geração de emprego, a renda e o melhor nível educacional, estão diretamente relacionados à ampliação da maioria dos indicadores do RN e, consequentemente, melhores condições de vida da população”, pontuou.
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