O presidente estadual do PSD, vice-governador Robinson Faria, está convicto de que chega a 2014 com um “capital eleitoral” que o credencia a buscar alianças para viabilizar a candidatura ao Governo do Estado. Definiu que se não conseguir assegurar uma coligação com os principais partidos da política estadual, fará uma aliança com as legendas menores. Robinson Faria afirma que só não será candidato se ficar isolado e não conseguir nenhum partido, além do próprio PSD, para formar um palanque nas eleições deste ano. A outra hipótese, a ausência de respaldo dos eleitores, ele considera descartada, uma vez que nas caminhadas pelo Rio Grande do Norte tem encontrado incentivo popular. Nesta entrevista, Robinson Faria responde sobre as estratégias para viabilizar a candidatura, os momentos que antecederam a possibilidade de assumir o Governo quando o TRE decidiu punir a governadora Rosalba Ciarlini e as implicações da aproximação do PT com o PMDB no Estado.
Depois de uma decisão do TRE que cassou a governadora, o senhor esteve prestes a assumir o Governo por 48 horas. Como foram aqueles momentos? Chegou a se preparar para tomar posse?
Não, em nenhum momento. Recebi com muita surpresa aquela notícia. Foi surpreendente para todas as pessoas [a decisão do TRE). Quando eu soube até contestei a informação, achando que seria um equívoco de interpretação, que seria uma confusão entre inelegibilidade e afastamento. Não dei relevância. Somente no final da tarde, a informação se confirmou. Mas em nenhum momento isso mexeu com minha cabeça. Mantive a serenidade. Evitei entrevistas. Fui convidado por todos os veículos, emissoras de televisão, jornais, rádio, blogs, mas seria uma precipitação um pronunciamento mais detalhado naquela ocasião.
Mas o senhor chegou a cogitar uma equipe de secretários?
Não, preferi aguardar as demais etapas jurídicas. Não me preparei, não pensei em nomes para auxiliares, apenas tive a curiosidade de acompanhar para, a partir daí, se houvesse a confirmação, ter a preparação com base no que acontecesse pela frente.
O PSD, partido que preside, foi o primeiro que se colocou, com o seu nome, com um candidato ao Governo. Como inicia 2014, o ano propriamente das eleições?
Mais animado do que em 2013. E você poderia até indagar o motivo. Eu sempre busquei a viabilidade da minha pré-candidatura a governador no campo, na rua, dialogando com a sociedade, com os segmentos, com os servidores, visitando o interior... Tudo isso em com uma opção muito difícil, porque caminhava sozinho, não tinha apoiadores andando comigo, sem partido, além do meu, endossando a minha caminhada, nem político de notoriedade dando apoio a essa caminhada. Então foi uma opção de muito ousadia.
E qual o resultado desta opção?
Fazendo uma leitura das pesquisas publicadas e das que tenho, feitas pelo PSD nacional, que não posso publicar, porque não foram registradas, tenho uma largada fantásticas. Não estou me declarando um candidato vitorioso ou favorito. Mas diante da adversidade que vivi nestes três anos, nos quais passei a andar só, sem parceria, apenas contei com a coragem de deixar de lado a desfaçatez e a hipocrisia e assumir que pretendia me tornar candidato a governador... Eu adquiri um capital eleitoral confortável.
Mas o senhor não conquistou apoios de outros partidos além do que preside no Estado, o PSD...
Eu tenho hoje um capital eleitoral adquirido sendo apenas candidato sem alianças, candidato da minha audácia, da minha ousadia, da minha coragem de chegar, por exemplo, para você, que me entrevista agora, e entrevistou antes, de chegar para uma rádio onde eu vá e revelo o desejo de me tornar candidato a governador. Até agora Robinson é candidato de si próprio. Nem a meu filho, deputado Fábio Faria, (PSD) pedi que ele me lançasse candidato a governador. Nem aos deputados estaduais do meu partido pedi que eles utilizassem os jornais ou a tribuna da Assembleia para colocar meu nome como candidato. Deixei todos a vontade. Eu tenho um capital eleitoral, lógico que isso é resultado de uma história de muitos anos, de um trabalho na Assembleia, projetos implantados na presidência no Legislativo, da atitude corajosa de romper com o Governo, embora grande parte da população ainda não conheça essa trajetória. Tudo isso dá uma credibilidade e autenticidade de um candidato com uma linha de coerência.
Mas esse “capital eleitoral” ao qual o senhor se refere é suficiente”?
Não posso falar em capital político. O jogo político está totalmente incerto, ninguém sabe quem é o candidato de quem, quais serão as coligações. Por enquanto, há apenas indícios e conversas incipientes, sem confirmações e aceitações das bases destes nomes ventilados pela imprensa e classe política.
Os apoios são fundamentais em uma campanha majoritária, não preocupa ter a candidatura lançada há tanto tempo e não ter conquistado alianças?
Não adiantaria ter um capital político fantástico, com excelentes apoiadores, como teve Fátima Bezerra em 2008, candidata a prefeita de Natal com apoio de Garibaldi Filho, Henrique Alves, Carlos Eduardo, e perdeu.
Mas há muitos outros exemplos históricos também de candidaturas que naufragaram por falta de uma aliança consistente...
Minha trajetória foi diferente. Quis primeiro mostrar à classe politica a viabilidade de meu nome. Havia dúvidas. Garibaldi Filho disse em certo momento que enxergava com simpatia minha candidatura, inclusive admirava minha obstinação, mas afirmou, e não me constrangeu, que tinha dúvidas sobre minha viabilidade eleitoral. Hoje essa dúvida que ele poderia ter, está vencida. Eu queria conquistar nas ruas essa viabilidade. Não que tenha desprezado a classe política.
Com quais partidos poderia haver uma aliança com o PSD?
Não tenho nenhuma restrição com o PT, tenho grande amizade com o deputado Mineiro e a deputada Fátima. Recebo recado de militantes do PT que torcem pela união comigo. Tenho diálogo sensacional com o PMDB a começar pelo presidente do partido no Estado, Henrique Alves, que é uma pessoal pela qual tenho uma admiração, um amigo de 30 anos, comecei minha vida pelo PMDB, fui deputado pelo partido duas vezes. Garibaldi tem sempre me telefonado, mostra simpatia pela minha caminhada.
Com o PSB há diálogo?
Tenho conversa sincera com o PSB de Wilma. Mas há uma dificuldade, porque Wilma vive um conflito de não saber o que ela quer. Ela aposta em três opções. Então fica difícil evoluir uma conversa com Wilma, porque em uma semana ela quer ser senadora, outra governadora, outra até deputada federal. É difícil evoluir uma conversa com uma pessoa, por mais forte que ela seja e importante para seus parceiros, se ele não tem uma decisão. Pode ser uma estratégia dela, não devo censurar, uma forma de valorização também do apoio a qualquer parceiro, mas é difícil dizer. Vou sentar com Wilma para conversar em que sentido? Ela é senadora? Ela é governadora? Mas nada impede de conversar, porque já conversei com ela várias vezes. Não tenho restrição. Não fui desleal, tenho a marca de cumprir palavra, da lealdade e da coerência.
Há entre alguns destes partidos ou lideranças um que possa ser classificado como um parceiro preferencial?
Não posso vislumbrar que um deles ou dois deles serão os parceiros de Robinson Faria. O que posso dizer é que estou com o sentimento que uma parte de minha vitória está cumprida, porque se eu tivesse sentindo uma situação desconfortável no quesito eleitoral, estaria revendo e redirecionando a candidatura. E posso até mudar. Mas não tenho motivo para mudar.
O senhor avalia, pelas declarações do deputado Fernando Mineiro, que a ex-governadora Wilma de Faria, poderá ser descartada na aliança que está sendo articulada, nacionalmente, entre PMDB e PT? Ficaria sem espaço para o PSB?
Eu li a entrevista de Fernando Mineiro à TRIBUNA DO NORTE. Tem que esperar a posição, a resposta do presidente do PMDB, Henrique Eduardo Alves. Mineiro fez uma cobrança em nome de uma aliança nacional [do PT com o PMDB]. Está no seu papel. Fátima já tinha feito isso. Mas o presidente estadual do PMDB, que é uma pessoa bastante positiva, ainda não se pronunciou a respeito do que disse Mineiro. Temos que aguardar qual será a resposta de Henrique. Por enquanto não posso nem tecer comentário se Wilma passa pelo processo de isolamento que passei, porque o deputado Henrique não se pronunciou. As informações são de que há um diálogo muito adiantado de Wilma com o deputado Henrique.
Se forem nas circunstâncias indicadas pelo deputado do PT, ela seria preterida apesar do diálogo com o PMDB...
Não posso falar pelo PMDB.
Se não couber um espaço para Wilma na chapa majoritária, nesta aliança com o PMDB e o PT, o senhor tentará abrir o diálogo para formar uma coligação entre PSD?
Com quem quiser dialogar comigo. Já disse que converso com o PT, o PMDB e PSB. Eu não cito o PDT, porque não tem candidato majoritário. Mas dialogo quase todos os dias com o prefeito Carlos Eduardo. E não tenho cobrado nem jamais disse que tenho o apoio de Carlos Eduardo, nem vou dizer hoje, porque o deixo totalmente a vontade. Ele precisa recuperar Natal, tem se dedicado a essa tarefa. Então, temos que esperar a hora certa e ele será justo na decisão. Não estou diminuindo a importância dele, até porque será um dos principais, talvez o principal, apoiador na campanha deste ano pela excelente gestão que está fazendo.
As alegações do PT de que o PSB tem candidato a presidente, Eduardo Campos, e portanto não faz parte da base de Dilma Rousseff, justificam a exclusão de Wilma de uma chapa majoritária?
Esse é o ponto de vista de Fernando Mineiro. Mas quem deve responder com mais argumentos é o deputado Henrique. Ele sabe quais são as prioridades da aliança no Brasil para a reeleição de Dilma e as prioridades do PMDB. Então essa colocação que Mineiro fez, de desconforto para Wilma de Faria, está muito mais agora para o PMDB deliberar do que para mim que não faço parte deste contexto.
Então dois movimentos serão decisivos neste ano eleitoral, uma do PMDB e outro da governadora Wilma de Faria...
Para o PSD, o importante é que o partido chega mais motivado, mais militante, com pré-candidato. Sou um político presente no Rio Grande do Norte. Tenho estudado gestão pública há quase vinte anos. Não gosto de dar opinião, nem entrevista, sem ter estudado, levantado os indicadores. Hoje vejo que temos um Estado rico, promissor, mas um governo que não conhece a situação. Um governo tem um modelo de gestão ultrapassado e vencido.
O PMDB tem candidato próprio, o PT afirma que formará uma aliança com os peemedebistas, como o PSD vai atrair esses legendas para uma coligação?
Eu não sei se vou conseguir atrair. Vou dialogar até o último momento. Tenho uma decisão tomada. Se não conseguir atrair os partidos grandes, vou conversar com os partidos menores. Se eles concordarem com as teses que defendo para o Rio Grande do Norte de mudança, de quebra paradigma, de um governo diferente, de uma administração de diálogo, poderão formar comigo um palanque mínimo. Então, eu serei candidato a governador.
Esse palanque pode ser com o PDT?
Com o PDT, com o PC do B, com o PSDC, os partidos menores. Isso não diminuirá minha motivação de ser candidato a governador. Não estou me colocando infalível. Mas vou em busca de meus sonhos. Sou um leitor voraz de biografias. E os personagens que fizeram a história do mundo, foram determinados na busca de seus sonhos.
O que faria o senhor recuar da candidatura a governador?
Somente duas coisas: Uma delas é se eu não encontrasse uma sintonia popular. Se eu percebesse um frieza na população. Se eu ouvisse: “Robinson, não é sua vez”. E até agora não ouvi isso. Ao contrário, onde estive no Rio Grande do Norte, as pessoas afirmaram: “Vá, chegou sua vez”. Ninguém disse: “Só vá se tiver o apoio do PMDB. Só vá se tiver o apoio de Wilma”. Pelo contrário, sempre escuto: “Vá e confie”. Parece fantasioso, mas digo pela minha saúde. Se não tivesse escutado, estaria repensando e iria por outro caminho, talvez mais seguro.
E qual seria o outro motivo para a desistência?
Se eu ficar só, se não tiver nenhum outro partido para armar o palanque. Não pela minha motivação. Eu até ousaria ser candidato, mesmo só com o PSD, com mais ninguém. Mas tenho um grupo de deputados estaduais que pode eleger quatro candidatos, tenho meu filho deputado federal. Não posso esquecer o compromisso com eles. Não posso pensar só no meu sonho, apenas na minha motivação. Se eu ficar isolado, o PSD ficar isolado, terei que pensar no plano B.
Magnus NascimentoRobinson Faria: O jogo político está totalmente incerto, ninguém sabe quem é o candidato de quem, quais serão as coligações
Depois de uma decisão do TRE que cassou a governadora, o senhor esteve prestes a assumir o Governo por 48 horas. Como foram aqueles momentos? Chegou a se preparar para tomar posse?
Não, em nenhum momento. Recebi com muita surpresa aquela notícia. Foi surpreendente para todas as pessoas [a decisão do TRE). Quando eu soube até contestei a informação, achando que seria um equívoco de interpretação, que seria uma confusão entre inelegibilidade e afastamento. Não dei relevância. Somente no final da tarde, a informação se confirmou. Mas em nenhum momento isso mexeu com minha cabeça. Mantive a serenidade. Evitei entrevistas. Fui convidado por todos os veículos, emissoras de televisão, jornais, rádio, blogs, mas seria uma precipitação um pronunciamento mais detalhado naquela ocasião.
Mas o senhor chegou a cogitar uma equipe de secretários?
Não, preferi aguardar as demais etapas jurídicas. Não me preparei, não pensei em nomes para auxiliares, apenas tive a curiosidade de acompanhar para, a partir daí, se houvesse a confirmação, ter a preparação com base no que acontecesse pela frente.
O PSD, partido que preside, foi o primeiro que se colocou, com o seu nome, com um candidato ao Governo. Como inicia 2014, o ano propriamente das eleições?
Mais animado do que em 2013. E você poderia até indagar o motivo. Eu sempre busquei a viabilidade da minha pré-candidatura a governador no campo, na rua, dialogando com a sociedade, com os segmentos, com os servidores, visitando o interior... Tudo isso em com uma opção muito difícil, porque caminhava sozinho, não tinha apoiadores andando comigo, sem partido, além do meu, endossando a minha caminhada, nem político de notoriedade dando apoio a essa caminhada. Então foi uma opção de muito ousadia.
E qual o resultado desta opção?
Fazendo uma leitura das pesquisas publicadas e das que tenho, feitas pelo PSD nacional, que não posso publicar, porque não foram registradas, tenho uma largada fantásticas. Não estou me declarando um candidato vitorioso ou favorito. Mas diante da adversidade que vivi nestes três anos, nos quais passei a andar só, sem parceria, apenas contei com a coragem de deixar de lado a desfaçatez e a hipocrisia e assumir que pretendia me tornar candidato a governador... Eu adquiri um capital eleitoral confortável.
Mas o senhor não conquistou apoios de outros partidos além do que preside no Estado, o PSD...
Eu tenho hoje um capital eleitoral adquirido sendo apenas candidato sem alianças, candidato da minha audácia, da minha ousadia, da minha coragem de chegar, por exemplo, para você, que me entrevista agora, e entrevistou antes, de chegar para uma rádio onde eu vá e revelo o desejo de me tornar candidato a governador. Até agora Robinson é candidato de si próprio. Nem a meu filho, deputado Fábio Faria, (PSD) pedi que ele me lançasse candidato a governador. Nem aos deputados estaduais do meu partido pedi que eles utilizassem os jornais ou a tribuna da Assembleia para colocar meu nome como candidato. Deixei todos a vontade. Eu tenho um capital eleitoral, lógico que isso é resultado de uma história de muitos anos, de um trabalho na Assembleia, projetos implantados na presidência no Legislativo, da atitude corajosa de romper com o Governo, embora grande parte da população ainda não conheça essa trajetória. Tudo isso dá uma credibilidade e autenticidade de um candidato com uma linha de coerência.
Mas esse “capital eleitoral” ao qual o senhor se refere é suficiente”?
Não posso falar em capital político. O jogo político está totalmente incerto, ninguém sabe quem é o candidato de quem, quais serão as coligações. Por enquanto, há apenas indícios e conversas incipientes, sem confirmações e aceitações das bases destes nomes ventilados pela imprensa e classe política.
Os apoios são fundamentais em uma campanha majoritária, não preocupa ter a candidatura lançada há tanto tempo e não ter conquistado alianças?
Não adiantaria ter um capital político fantástico, com excelentes apoiadores, como teve Fátima Bezerra em 2008, candidata a prefeita de Natal com apoio de Garibaldi Filho, Henrique Alves, Carlos Eduardo, e perdeu.
Mas há muitos outros exemplos históricos também de candidaturas que naufragaram por falta de uma aliança consistente...
Minha trajetória foi diferente. Quis primeiro mostrar à classe politica a viabilidade de meu nome. Havia dúvidas. Garibaldi Filho disse em certo momento que enxergava com simpatia minha candidatura, inclusive admirava minha obstinação, mas afirmou, e não me constrangeu, que tinha dúvidas sobre minha viabilidade eleitoral. Hoje essa dúvida que ele poderia ter, está vencida. Eu queria conquistar nas ruas essa viabilidade. Não que tenha desprezado a classe política.
Com quais partidos poderia haver uma aliança com o PSD?
Não tenho nenhuma restrição com o PT, tenho grande amizade com o deputado Mineiro e a deputada Fátima. Recebo recado de militantes do PT que torcem pela união comigo. Tenho diálogo sensacional com o PMDB a começar pelo presidente do partido no Estado, Henrique Alves, que é uma pessoal pela qual tenho uma admiração, um amigo de 30 anos, comecei minha vida pelo PMDB, fui deputado pelo partido duas vezes. Garibaldi tem sempre me telefonado, mostra simpatia pela minha caminhada.
Com o PSB há diálogo?
Tenho conversa sincera com o PSB de Wilma. Mas há uma dificuldade, porque Wilma vive um conflito de não saber o que ela quer. Ela aposta em três opções. Então fica difícil evoluir uma conversa com Wilma, porque em uma semana ela quer ser senadora, outra governadora, outra até deputada federal. É difícil evoluir uma conversa com uma pessoa, por mais forte que ela seja e importante para seus parceiros, se ele não tem uma decisão. Pode ser uma estratégia dela, não devo censurar, uma forma de valorização também do apoio a qualquer parceiro, mas é difícil dizer. Vou sentar com Wilma para conversar em que sentido? Ela é senadora? Ela é governadora? Mas nada impede de conversar, porque já conversei com ela várias vezes. Não tenho restrição. Não fui desleal, tenho a marca de cumprir palavra, da lealdade e da coerência.
Há entre alguns destes partidos ou lideranças um que possa ser classificado como um parceiro preferencial?
Não posso vislumbrar que um deles ou dois deles serão os parceiros de Robinson Faria. O que posso dizer é que estou com o sentimento que uma parte de minha vitória está cumprida, porque se eu tivesse sentindo uma situação desconfortável no quesito eleitoral, estaria revendo e redirecionando a candidatura. E posso até mudar. Mas não tenho motivo para mudar.
O senhor avalia, pelas declarações do deputado Fernando Mineiro, que a ex-governadora Wilma de Faria, poderá ser descartada na aliança que está sendo articulada, nacionalmente, entre PMDB e PT? Ficaria sem espaço para o PSB?
Eu li a entrevista de Fernando Mineiro à TRIBUNA DO NORTE. Tem que esperar a posição, a resposta do presidente do PMDB, Henrique Eduardo Alves. Mineiro fez uma cobrança em nome de uma aliança nacional [do PT com o PMDB]. Está no seu papel. Fátima já tinha feito isso. Mas o presidente estadual do PMDB, que é uma pessoa bastante positiva, ainda não se pronunciou a respeito do que disse Mineiro. Temos que aguardar qual será a resposta de Henrique. Por enquanto não posso nem tecer comentário se Wilma passa pelo processo de isolamento que passei, porque o deputado Henrique não se pronunciou. As informações são de que há um diálogo muito adiantado de Wilma com o deputado Henrique.
Se forem nas circunstâncias indicadas pelo deputado do PT, ela seria preterida apesar do diálogo com o PMDB...
Não posso falar pelo PMDB.
Se não couber um espaço para Wilma na chapa majoritária, nesta aliança com o PMDB e o PT, o senhor tentará abrir o diálogo para formar uma coligação entre PSD?
Com quem quiser dialogar comigo. Já disse que converso com o PT, o PMDB e PSB. Eu não cito o PDT, porque não tem candidato majoritário. Mas dialogo quase todos os dias com o prefeito Carlos Eduardo. E não tenho cobrado nem jamais disse que tenho o apoio de Carlos Eduardo, nem vou dizer hoje, porque o deixo totalmente a vontade. Ele precisa recuperar Natal, tem se dedicado a essa tarefa. Então, temos que esperar a hora certa e ele será justo na decisão. Não estou diminuindo a importância dele, até porque será um dos principais, talvez o principal, apoiador na campanha deste ano pela excelente gestão que está fazendo.
As alegações do PT de que o PSB tem candidato a presidente, Eduardo Campos, e portanto não faz parte da base de Dilma Rousseff, justificam a exclusão de Wilma de uma chapa majoritária?
Esse é o ponto de vista de Fernando Mineiro. Mas quem deve responder com mais argumentos é o deputado Henrique. Ele sabe quais são as prioridades da aliança no Brasil para a reeleição de Dilma e as prioridades do PMDB. Então essa colocação que Mineiro fez, de desconforto para Wilma de Faria, está muito mais agora para o PMDB deliberar do que para mim que não faço parte deste contexto.
Então dois movimentos serão decisivos neste ano eleitoral, uma do PMDB e outro da governadora Wilma de Faria...
Para o PSD, o importante é que o partido chega mais motivado, mais militante, com pré-candidato. Sou um político presente no Rio Grande do Norte. Tenho estudado gestão pública há quase vinte anos. Não gosto de dar opinião, nem entrevista, sem ter estudado, levantado os indicadores. Hoje vejo que temos um Estado rico, promissor, mas um governo que não conhece a situação. Um governo tem um modelo de gestão ultrapassado e vencido.
O PMDB tem candidato próprio, o PT afirma que formará uma aliança com os peemedebistas, como o PSD vai atrair esses legendas para uma coligação?
Eu não sei se vou conseguir atrair. Vou dialogar até o último momento. Tenho uma decisão tomada. Se não conseguir atrair os partidos grandes, vou conversar com os partidos menores. Se eles concordarem com as teses que defendo para o Rio Grande do Norte de mudança, de quebra paradigma, de um governo diferente, de uma administração de diálogo, poderão formar comigo um palanque mínimo. Então, eu serei candidato a governador.
Esse palanque pode ser com o PDT?
Com o PDT, com o PC do B, com o PSDC, os partidos menores. Isso não diminuirá minha motivação de ser candidato a governador. Não estou me colocando infalível. Mas vou em busca de meus sonhos. Sou um leitor voraz de biografias. E os personagens que fizeram a história do mundo, foram determinados na busca de seus sonhos.
O que faria o senhor recuar da candidatura a governador?
Somente duas coisas: Uma delas é se eu não encontrasse uma sintonia popular. Se eu percebesse um frieza na população. Se eu ouvisse: “Robinson, não é sua vez”. E até agora não ouvi isso. Ao contrário, onde estive no Rio Grande do Norte, as pessoas afirmaram: “Vá, chegou sua vez”. Ninguém disse: “Só vá se tiver o apoio do PMDB. Só vá se tiver o apoio de Wilma”. Pelo contrário, sempre escuto: “Vá e confie”. Parece fantasioso, mas digo pela minha saúde. Se não tivesse escutado, estaria repensando e iria por outro caminho, talvez mais seguro.
E qual seria o outro motivo para a desistência?
Se eu ficar só, se não tiver nenhum outro partido para armar o palanque. Não pela minha motivação. Eu até ousaria ser candidato, mesmo só com o PSD, com mais ninguém. Mas tenho um grupo de deputados estaduais que pode eleger quatro candidatos, tenho meu filho deputado federal. Não posso esquecer o compromisso com eles. Não posso pensar só no meu sonho, apenas na minha motivação. Se eu ficar isolado, o PSD ficar isolado, terei que pensar no plano B.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
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