Malhação intensa. Na mesma veemência, a preocupação com o corpo e com a alimentação. A combinação, que, para muitos, representa a vontade de turbinar a aparência, pode desencadear uma doença silenciosa e pouco conhecida. Chamado de vigorexia, o distúrbio é evidenciado em homens pelos músculos exuberantes, mas conquistados com dedicação desmedida à academia e, em alguns casos, moldados por carências.
Apesar de comerem muito, os vigoréxicos adotam dieta restrita, dando prioridade a alimentos que potencializam o ganho de massa muscular. As proteínas costumam largar na frente, seguidas pelos suplementos proteicos. A obsessão começa aos poucos, quando as horas recomendadas de exercício físico já não são suficientes para as pretensões estéticas.
“A forma disfuncional da prática de atividade física é um dos primeiros motivos para desconfiar que a saúde mental pode estar comprometida. Temos visto isso com frequência e, na maioria das vezes, as pessoas acham normal. Mas é dentro dessa normalidade que está o perigo”, alerta o psicólogo Raphael Cangelli Filho, coordenador do Grupo de Psicologia de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
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