As eleições para o Governo do Estado, o Senado e a Câmara Federal serão em outubro de 2014, mas a oposição tem pressa e não deve esperar mais por ninguém, mesmo que o indeciso “aguardado” seja o partido do atual ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, e do presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves. É assim que o vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, do PSD, que é pré-candidato ao Governo, vê o atual cenário eleitoral no Estado. Segundo ele, não há mais motivo para se esperar o PMDB, uma vez que os partidos que atualmente compõem a oposição tem condição suficiente de formar uma “chapa forte”.

“Acho que os partidos de oposição têm que marchar juntos. Nós somos oposição aqui no nosso Estado ao Governo do DEM. Temos que ter uma união nossa e começarmos a caminhar juntos e não esperar, com todo o respeito que nós temos, pela importância do PMDB no Estado. Hoje o PMDB é parceiro político e administrativo do Governo do Estado e não tem porque a oposição ficar aguardando qualquer tipo de desdobramento peemedebista”, afirmou Robinson Faria.
É importante lembrar que essa declaração não foi por acaso. Sendo o único a lançar oficialmente a pré-candidatura ao Governo do Estado nas eleições do próximo ano, Robinson Faria seria o que mais perderia em caso de confirmação do rompimento do PMDB com o Governo. Isso porque o próprio Garibaldi Filho já anunciou que se o partido romper, a intenção é lançar candidatura própria, neste caso, enfraquecendo a oposição. Até porque a oposição deixaria de ter o nome de Robinson como única alternativa a reeleição de Rosalba Ciarlini.
Essa seria a variável possível, mas não a mais fácil de acontecer. Afinal, hoje, o PMDB continua aliado ao DEM e os partidos têm demonstrado grande afinidade, principalmente, depois que Henrique Alves se tornou presidente da República interino com as viagens de Dilma Rousseff, do PT, e Michel Temer, do PMDB – respectivamente, a presidente e o vice do país. Nas 60 horas em que teve nas mãos o Governo Federal, Henrique, basicamente, recebeu a governadora Rosalba Ciarlini e o marido dela, Carlos Augusto Rosado, para reforçar publicamente a aliança política – uma vez que nenhuma melhoria, parceria ou anúncio de obra para o RN foi feita com a visita.
“Se o PMDB optou por fortalecer um governo que é nosso adversário, o Governo do DEM, cabe a oposição formar o seu caminho e unir esses partidos de oposição, além de formatar uma proposta e um programa para o Estado”, afirmou Robinson Faria diante da situação atual de aliança entre DEM e PMDB.
CHAPA
A união política da oposição, segundo Robinson Faria, não enfrentaria nenhuma dificuldade em acomodação de uma chapa. “Acredito que essa chapa vai naturalmente se acomodar, meu ponto de vista é esse. Na hora em que começarmos a caminhar juntos, naturalmente irá surgir uma chapa baseada no sentimento popular”, afirmou o vice-governador.
Segundo ele, o que tem se demonstrado é que o “PT tem um projeto de um candidato ao Senado, que tem externado isso. Eu vejo que o nosso partido, não só Robinson Faria, mas que tem nos seus deputados e prefeitos, ter um nome de candidato a governador, que é o meu nome, lançado já até por pessoas de outros partidos. E tem a ex-governadora Wilma de Faria que se diz muito voltada a uma candidatura pelo Legislativo e como ela mesmo comenta pode ser direcionada para a Câmara Federal”, ressalvando, porém, que Wilma “tem condição de disputar qualquer cargo”.
Fátima afirma que o PT também não vai mais esperar pela decisão do PMDB
A deputada federal Fátima Bezerra (PT) declarou nesta segunda-feira que o PT não irá mais aguardar o rompimento do PMDB com o governo Rosalba Ciarlini (DEM) e que a legenda agora irá trabalhar para construir um projeto de oposição sem os peemedebistas. A declaração da parlamentar vem após os líderes do PMDB, Henrique Alves e Garibaldi Filho, declararem que só irão se posicionar sobre a sucessão estadual no próximo ano.
“O PT não está aguardando o PMDB. Quem aguarda, fica parado e nós estamos trabalhando. Temos um rumo definido e estamos convencidos que é possível construir uma frente de oposição com um projeto qualificado e ganhar as eleições de 2014, livrando o RN desse processo (desastre administrativo). Um exemplo disso foi o encontro maravilhoso que fizemos em Mossoró, sábado, com mais de 200 participantes de toda região Oeste, Vale do Assu e Salineira”, disse a petista ainda nesta segunda, quando foi solicitada a falar sobre as declarações dos líderes do PMDB. Fátima esclarece ainda que não silenciou, conforme noticiado ontem, sobre o tema. Apenas suas respostas, enviadas por email, não chegaram a tempo de entrarem na edição do JH.
Fátima é pré-candidata ao Senado e aguardava, até então, uma definição do PMDB em relação ao governo Rosalba Ciarlini. Na sua avaliação, o PMDB está sendo incoerente ao fazer parte da base de Dilma Rousseff no plano nacional, mas, no local, integrar as fileiras dos que apoiam a gestão Rosalba Ciarlini. Após as declarações de Henrique e Garibaldi ao JH, apontando que só tomarão decisão partidária no ano que vem, Fátima passou a tratar a questão de outra maneira. Segundo ela, “o rompimento ou não do PMDB com o DEM é uma questão que só o PMDB pode explicar. Como eu considero o governo Rosalba um desastre, é um equívoco político dar sustentação a essa administração atrasada e ineficiente, que frustrou a expectativa da população”, declarou.
Fátima lembra que o PT definiu em resolução aprovada por unanimidade no final de 2012 que vai trabalhar para unir a oposição ao governo Rosalba, apresentando um projeto alternativo para o RN, que supere o caos que se instalou no nosso Estado. “Já fizemos reuniões com o PDT, PC do B, PSB e PSD e todos esses partidos pensam a mesma coisa. Agora em junho já começamos e iremos dar continuidade a uma série de seminários internos. A partir de agosto, iremos retomar as reuniões para consolidarmos uma frente de oposição. Os partidos que estão na base de Rosalba estão noutro campo político e com esses nós não temos condições de diálogo enquanto permanecerem nessa situação. Não é apenas o PMDB, mas também o PR, o PP e o PTB”, afirmou.
A parlamentar federal destaca ainda que o projeto do PT para 2014 contempla a ampliação dos espaços ocupados pela legenda na Assembleia Legislativa, manutenção da cadeira dela na Câmara dos Deputados e participação da chapa majoritária. “Para nós do PT a hora é de trabalhar, organizar e fortalecer nosso partido e construir um forte bloco de oposição ao governo Rosalba. Esse é o nosso desafio. Nessa perspectiva o PT trabalha com o horizonte de ampliar a presença na Assembleia Legislativa, manter o espaço na Câmara dos Deputados e fazer parte da chapa majoritária”, afirmou a petista. (AV)
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